Cidade
Cinque Terre - Monteroso
Avaliação
*****
Principal Interesse
Beleza Natural
De Onde Viemos
La Spezia Centrale
Tempo Médio de Viagem
20 minutos
Pela Europa de Trem
Cidade
Lucerna
Avaliação
****
Principal Interesse
Beleza Natural
De Onde Viemos
Zurich HB
Tempo Médio de Viagem
45 minutos

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Dicas sobre Lucerna
Alguns dos principais destinos turísticos europeus que podem ser visitados de trem possuem, além da beleza em si, a própria localização, como diferencial. Ou seja, servem de base para viagens a locais que podem ser visitados em deslocamentos de até 2 horas.
Lucerna, charmosa cidade de 80 mil habitantes que fica a 50 quilômetros de Zurique é um desses destinos iluminados. Além de seu próprio encanto, propiciado pelas incríveis paisagens que oferece, ela está situada a aproximadamente uma hora de trem de cidades como Zurique, Basiléia e Berna. Encontra-se também cercada de montanhas nevadas como Pilatus, Rigi e Titlis que podem ser rapidamente alcançadas. Em síntese, se quiser pernoitar nela por uma semana terá coisa para fazer, entre passeios na própria cidade e deslocamentos do tipo bate e volta.
Dentre as muitas atrações próprias oferecidas por Lucerna, destacamos:
- Visita ao KKL Luzern, um moderno centro de cultura, convenções e gastronomia, projetado pelo famoso arquiteto francês Jean Nouvel, inaugurado em 1998. O edifício que possui 19 áreas temáticas, está situado a poucos passos da estação central de trem, às margens do lago de Lucerna.
O KKL possui uma sala de concertos, afamada por sua acústica, com uma programação anual de música erudita e, nos finais de ano, concertos natalinos. Um prato cheio para os apreciadores. O Centro hospeda também o Museu de Arte de Lucerna, cuja coleção apresenta trabalhos vinculados a Suíça Central, a arte dos anos 70 e trabalhos contemporâneos.
Para quem quer curtir uma comidinha e relaxar com o visual do lago Lucerna, o KKL oferece bares, cafés e restaurantes para todos os gostos e preços, a maioria com vista para o lago.
Mesmo que não tenha interesse nas atividades acima, a visita ao KKL justifica-se apenas curtir o visual. Se, ao contrário, quiser conhecer mais sobre o Centro, o KKL oferece visitas guiadas.
- Andar pelas pontes de madeira, o principal cartão postal da cidade, é um programa inevitável para quem visita Lucerna. As duas mais conhecidas e clicadas são a da Capela e a Spreuer.
A da Capela, a mais antiga dentre as pontes cobertas da Europa, atravessa o rio Reuss e liga a parte nova de Lucerna, onde se localiza a estação ferroviária, com a Rathausquai, na cidade velha. Ela foi construída em 1332, época em que integrava as fortificações da cidade. Os painéis existentes ao longo de todo o seu percurso, pintados por Henry Wagmann, foram acrescidos à ponte no século XVII, época em que ela foi aberta a toda a população. Eles narram aspectos épicos da história da Suíça, como um todo, e de Lucerna, em particular. Alguns desses painéis incluem fatos da vida de São Leodegar e São Maurício, padroeiros da cidade. Em agosto 1993, um incêndio cujas causas não foram exatamente determinadas, destruiu algumas dessas relíquias.
A Ponte Spreuer, construída em 1408, é paralela a Ponte da Capela, e tal como ela, é decorada por pinturas do século 17, todas com motivos religiosos. Note os aterrorizantes desenhos que simbolizam a Dança da Morte, acrescentados a ela entre os anos de 1626 e 1635.
- Colada na Ponte da Capela, pode-se ver outro monumento campeão de audiência, a Torre da Água, estrutura em formato diagonal com 34 metros de altura, construída em 1303. Ela já serviu de prisão e câmara de tortura. Hoje hospeda, em seu nível intermediário, a Associação de Artilharia de Lucerna.
- O escritor norte-americano Mark Twain, autor do consagrado romance “As Aventuras de Huckleberry Finn”, era também um notável frasista, muitas delas relatando passagens de suas próprias viagens. A mais popular delas, refere-se ao Leão de Lucerna, uma escultura de um leão ferido, agonizante, esculpida em um paredão de arenito. Mark descreveu a figura como “O pedaço de pedra mais triste e comovente da terra”. Todos que visitarem Lucerna devem visitar esse monumento para sentir na pele o que escreveu Mark Twain.
Esse monumento, concebido pelo escultor dinamarquês Bertel Thorvaldsen, foi inaugurado em 1820 como homenagem a cerca de mil soldados que compunham a Guarda Suíça, exterminados em 10 de agosto de 1792, no interior do Palácio das Tulerias defendendo o monarca Luís XVI no transcurso da revolução francesa.
A Guarda Suíça reconhecida pelo seu profissionalismo e lealdade prestava serviços a diversas famílias reais da França, Itália, Espanha, entre outras que a contratavam para sua defesa. Nos dias de hoje, eles podem ser vistos no Vaticano, onde respondem pela segurança do local.
No monumento, bem acima da figura do Leão, vê-se a frase escrita em latim “Helvetiorum Fidei ac Virtuti”, em português “À lealdade e bravura dos Suíços”. No pé da escultura, estão apontados os nomes dos soldados que compunham a guarda, naquela data.
A escultura está localizada na Denkmalstrasse, bem próxima ao coração do Centro Histórico.
- Uma outra atividade altamente recomendada para quem visita Lucerna é andar por suas muralhas, fazendo um pit stop em algumas de suas torres. O visual lá de cima é muito bonito.
Lucerna é uma das poucas cidades cuja muralha que a protegia durante a idade média sobreviveu intacta às guerras e tentativas de invasão ocorridas ao logo dos séculos. Ela foi construída em 1386 e foi sofrendo ampliações até o século XIX, quando atingiu os 870 metros de extensão.
Quatro de suas nove torres ainda estão abertas ao público. As duas mais famosas são a Torre Männli, que fornece o mais lindo visual da cidade e a Torre Zyt, onde está localizado o relógio mais antigo de Lucerna, fabricado por Hans Luter, em 1535. Ele funciona ainda hoje e tem como curiosidade o fato de que suas badaladas, que ocorrem a cada hora, ecoam um minuto antes dos demais relógios da cidade, como que dizendo, primeiro os mais velhos.
Para chegar as muralhas a partir do centro histórico é só caminhar pelas margens do rio Reuss, até a primeira torre, a Männli.
- Um programão para os apreciadores da história da mobilidade e da comunicação humana ao longo dos tempos é a visita ao “Museu do Transporte Suíço”, onde estão expostos mais de três mil objetos relacionados aos diferentes modos de transporte: aéreo, viário, ferroviário e por água. Um dos “musts” do museu para divertimento das crianças é uma locomotiva que permite ao visitante tornar-se um orgulhoso maquinista.
Como o museu fica um pouco distante do centro velho, a melhor opção para chegar até lá é apanhar o trem S3 ou o Voralpen-Express na estação central. A viagem dura oito minutos.
- Por fim, uma visita a Lucerna não pode abrir mão de um passeio pelas praças e ruelas da magnífica cidade velha. A maioria dos espaços no centro histórico é exclusiva para pedestres o que possibilita observar com calma as casas com fachadas decoradas e as bem cuidadas construções históricas.
Em relação as igrejas, duas merecem uma entrada. A mais famosa delas é a bela Igreja Jesuítica de São Francisco Xavier, seu padroeiro, construída em 1666 pelo Padre Christoph Vogler em estilo barroco, que pode ser testemunhado pelo esplendor do seu interior. A outra é a Igreja Franciscana, situada uma edificação do século XIII, menos requintada que a dos jesuítas, mas que mesmo assim fica longe do despojamento.
É interessante mencionar que, ao contrário das outras cidades suíças, Lucerna não aderiu formalmente ao protestantismo. Suas duas principais igrejas são católicas e expressam o esforço pela manutenção da fé no catolicismo, em um país dominado pela reforma.
O centro tem também ruas comerciais com lojas de todos os tipos e tamanhos e uma agitada orla que acompanha o rio Reuss cheia de bares e restaurantes. Durante o passeio, não esqueça de entrar em uma chocolateria e pedir o chocolate nacional de sua preferência. Um sorvete também não será uma má ideia.
Uma última curiosidade, Lucerna orgulha-se muito do seu Carnaval, mas, se você é brasileiro, não vá até lá por isso.




